Um dia desses estava eu fazendo a minha atividade física e pensando, para variar, sobre os pacientes com autismo que acompanho e, de repente, tive um pensamento curioso… Me veio à cabeça uma analogia entre os modelos de tratamento para o autismo que são divulgados e as modalidades de atividades oferecidas em uma academia! Uma analogia boba, mas que fez muito sentido para mim!
As intervenções muito estruturadas, mais repetitivas e com controle de variáveis (por exemplo, a realização da atividade sempre no mesmo local e da mesma forma) seriam o correspondente à musculação. A musculação tem um enfoque bem localizado (cada hora se trabalha um músculo), às vezes torna-se monótona pela repetição, mas dá resultado!
Por outro lado, as intervenções mais naturalísticas, com menor controle de variáveis (por exemplo, a realização da atividade de formas diferentes e em locais variados) seriam o correspondente ao treinamento funcional. Em atividades de treino funcional em uma academia busca-se trabalhar ao mesmo tempo vários objetivos, e espera-se, variando a forma de treino dia a dia, tornar a atividade mais motivadora e, com isto, ter o maior engajamento do aluno. E o que é mais bacana… também funciona!
Ao contrário do estereótipo, que diz que “ABA é rígido”, ou “ABA automatiza a criança”, penso que escolher entre fazer “musculação” ou “treino funcional” no tratamento de crianças com autismo não é algo que está definido pela abordagem do profissional, mas, sim pelo estilo de cada terapeuta e necessidade de cada criança!
Em breve teremos um novo post que falará sobre os conceitos de “treino formal” e “ensino incidental”, conceitos que vão elucidar ainda mais sobre este tema. Fique de olho!