Minha criança grita mas… por quê?

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Pedro está jogando vídeo game quando sua mãe o chama para tomar banho “Pedro, já para o chuveiro!”. Pedro começa a gritar até que sua mãe desiste e então ele continua jogando vídeo game.  Ana grita muito alto na educação física. A professora, vai até ela e entrega uma bola para que ela pare de gritar. João grita quando não gosta do que está assistindo na TV, Lucas grita quando os seus pais estão conversando entre si, Maria grita sempre que sua babá diz que ela tem que comer fruta.
É claro que esses comportamentos são iguais não é mesmo? Afinal de contas, Pedro, Ana, João, Lucas e Maria gritam!!! Mas será que são tão iguais assim no que diz respeito a porque cada uma dessas crianças grita? Será possível que o mesmo comportamento tenha diferentes “porquês”?
Quando falamos em “porque” o comportamento ocorre estamos tentando entender sua função. Para isso, precisamos observar em que contextos ocorrem e que consequências produzem para, daí, entendermos o porquê cada um grita, o que com certeza, não tem a mesma razão.
Vamos entender pelos exemplos..
Após algumas observações descobriu-se que Pedro, todas as vezes grita quando sua mãe diz para ele ir tomar banho. Sua mãe, já estressada com a situação, acaba deixando Pedro continuar no vídeo game ao invés de levá-lo para o banheiro. Nesse caso, Pedro grita porque quer ficar livre do banho, e acaba conseguindo…
Já Ana grita quando as outras crianças estão brincando de bola e quando ela não consegue pegar a bola, grita. Ana grita porque sempre que faz isso consegue a bola na hora que quer.
João grita quando sua irmã está vendo uma coisa que ele não gosta na TV, sua irmã então muda de canal para o desenho favorito dele… João grita porque quer assistir outra coisa na televisão.
Lucas grita quando os pais estão conversando. Os pais então param de conversar para dar atenção a ele. Lucas grita porque quer atenção.
Maria, quando não quer fruta grita, a babá então deixa Maria ficar sem a fruta naquele dia. Maria gritaporque não quer comer fruta e acaba ficando livre disso…
Como se pôde ver pelos exemplos, antes de concluir que os comportamentos são “iguais” temos que analisar a situação e o que o comportamento produz para então entender “porque” ocorrem e daí planejar uma intervenção adequada.