Dicas de como manejar os sentimentos das nossas crianças

oi
No post anterior explicamos como muitas crianças se comportam emocionalmente em determinadas situações. Para não ficarem sozinhas nesse momento de mudanças, selecionamos algumas dicas para ajudá-la a nomear, entender e lidar com seus sentimentos:

Fale sobre sentimentos e como lidar com eles: Leia livros em voz alta e perceba como os personagens estão sentindo: “O cachorro está feliz por ter ganhado um osso”; Compartilhe seus próprios sentimentos: “Olha só o leite derramado pelo seu irmãozinho. Eu me sinto muito frustrado! Você vai me ajudar a limpar tudo? Uau, é tão bom ter a sua ajuda!”

Ensine as crianças sobre as diversas emoções que sente, ajudando-a a identificá-las e nomeá-las. A partir disso, pode-se dar sugestão do que a criança poderia fazer para se sentir melhor ou resolver o problema. Por exemplo, se a criança está triste porque os avós viajaram, você pode sugerir a criança que veja fotos deles ou que faça um desenho para entregar quando retornarem.

Ofereça à criança ideias de como gerenciar emoções fortes: é importante validar o que a criança está sentindo: “Você está com muita raiva agora porque eu disse que o tempo de televisão terminou”. Ensine a criança que há muitas maneiras de expressar seus sentimentos de maneiras saudáveis e não-dolorosas, podendo sugerir que ele pule para extravasar sua tensão, que se recolha a um lugar aconchegante e fique sozinho, ou outra estratégia que for adequada para a situação.

Empatia com a criança: além de validar o sentimento, mostre a criança que você compreende o que está se passando. Por exemplo: “Temos que sair agora para ir para a casa da tia Ana. Eu sei que você quer ficar em casa com o papai. Você sente falta de mim e eu sinto sua falta durante o dia. Mas ficar em casa não é uma escolha hoje. Papai tem que ir trabalhar. Mas quando chegarmos mais tarde em casa, vamos terminar o quebra-cabeça que começamos e ter um delicioso jantar. Você quer entrar sozinho no carro e sentar-se ou você quer ajuda para entrar? Este é um exemplo bem elaborado, mas é claro que o tamanho da explicação deve variar de acordo com o grau de compreensão e abstração de cada criança.

Dê a criança uma ajuda visual para fazer o tempo de espera ser mais fácil: Se a criança precisa esperar até sua sopa esfriar, mostre-lhe o vapor saindo do recipiente. Diga-lhe que, depois que o vapor for embora, ela pode testar em uma colher para ver se está na temperatura suficiente para começar a comer. Se você precisa que seu filho escove os dentes por 2 minutos a cada dia, use um temporizador para que ele possa assistir a contagem regressiva.

Procure maneiras de ajudar a criança a praticar o auto-controle. Há muitos momentos diários em que você pode ensinar seu filho esta habilidade. Por exemplo, jogos que exigem a necessidade de girar são ótimos para a prática de como esperar e compartilhar. Rolar uma bola para trás e para a frente é uma delas, este jogo dá às crianças a oportunidade de esperar e controlar o seu impulso para agarrar a bola. Outra brincadeira é o bumerangue, ou vai-e-vem.

Deixe a criança fazer escolhas adequadas para sua idade: sobre o que vestir, o que comer, o que jogar… dê duas ou três opções, é importante limitar mas permita que a criança escolha, isso dá à ela uma sensação de controle e aumento da confiança, bem como o senso de competência (a crença de que “eu consigo fazer isso”).

Á medida que essas dicas vão sendo implementadas na rotina da sua criança é imprescíndivel monitorar os avanços que as crianças apresentam…

E quais os sinais que demonstram que a criança está aprendendo a entender suas emoções e conseguindo lidar de forma saudável?

– Quando usa palavras ou ações para obter a sua atenção ou pedir ajuda ao invés de comportamentos de birra ou bater;

– Fala para si mesmo de uma forma reconfortante quando está frustrado ou com medo. Por exemplo, ele pode dizer para si mesmo, “o papai vai voltar”, depois de deixá-lo na creche. Ou, “eu posso construir isso de novo” depois de sua torre de blocos cair;

– Quando usa frases que demonstrem sua frustração como “Estou com raiva de você”, ao invés de jogar objetos ou bater;

– Quando sabe falar ou mostrar que se sente mal por ter quebrado regras. Por exemplo, a criança pode dizer não a si mesma quando ela faz alguma coisa fora dos limites, como abrir a geladeira. Ou ela pode dizer no parque “Não ande na frente dos balanços”.

Esperamos que essas dicas te auxiliem no processo de ensinar sua criança a identificar e administrar seus sentimentos, agindo de forma mais adaptada ao ambiente. Lembre-se que um psicólogo comportamental pode ser coadjuvante nesse percurso, assessorando nas mudanças ambientais e comportamentais que ocorrem nessa fase.

Tradução e adaptação: http://www.zerotothree.org/child-development/challenging-behavior/toddlers-and-challenging-behavior.html