Crianças com TEA costumam se sentir frustradas no momento em que algo não segue o caminho esperado, ou quando algo quebra sua rotina, não é mesmo? Quando ficam muito tempo esperando por atenção ou ajuda, podem se agitar rapidamente… O mesmo pode acontecer quando se deparam com um desafio ou uma tarefa difícil. Também podem se sentir frustradas por não conseguirem comunicar os seus pensamentos e sentimentos.
Como podemos então ajudar a criança a desenvolver paciência e auto-controle quando ela se sentir frustrada? A seguir daremos algumas dicas de estratégias para ajudar a criança a lidar com esse sentimento:
– Se o seu filho precisa esperar por alguma coisa (comida, atenção, etc), fale com ele sobre o que você está fazendo, explique sobre o motivo da espera. Por exemplo, você pode dizer: “Eu estou esquentando seu leite agora, espere um pouquinho…” ou “Papai vai parar o carro enquanto a mamãe compra o pão na padaria, por isso você vai ter que esperar!”
– Quando houver qualquer mudança na rotina, antecipe o acontecimento para a criança, explicando o motivo e preparando-a para o evento diferente, assim ela se sentirá mais segura. Por exemplo, sua criança costuma lanchar sempre na sala de aula, mas hoje é dia de lanchar no pátio, então você pode se antecipar e dizer para ela “Agora nós vamos descer porque hoje não vamos lanchar aqui, mas no pátio!”
– Quando a criança se desorganizar, você deve mostrar a ela que reconhece o quão difícil aquilo pode ser: “Eu sei que você não queria que seu coleguinha desenhasse por cima do seu desenho.” Em seguida, você pode ajudá-la a pensar em soluções, sugerindo ou demonstrando estratégias para resolver o problema que está enfrentando: “O que podemos fazer agora para resolver isso? Você gostaria de fazer um novo desenho ou acha que podemos usar o corretivo?”. Deixar a criança escolher a saída, ou até mesmo pensar por si só faz com que ela se reorganize e não siga frustrada.
– Ensine a criança a dosar o ritmo, para que ela não se frustre rapidamente e para que a atividade não fique chata para ela. Você pode oferecer tempo longe da tarefa frustrante para ir beber água quando perceber que ela está ficando cansada ou até mesmo uma volta no pátio. Mas lembre-se de voltar para o desafio para que a criança não veja as atividades de intervalo como uma forma de ficar livre da tarefa.
– Quebre o desafio em partes menores e gerenciáveis. Dividir uma atividade em tarefas menores evita que a criança se frustre e aumenta a sua segurança. “Por que você não colocou o polegar primeiro? Vamos trabalhar juntos para colocar cada um de seus dedos na luva.” Ou “Vamos colorir um desenho de cada vez, podemos pintar primeiro a casinha, e depois o sol e o jardim”.
– Use do bom humor. As crianças vão apreciar se, por exemplo, você “conversar” com o bloco que caiu: “Bloco bobo! Você tem que ficar lá em cima! Bem, nós não vamos desistir!”