Como eu ajudo meu filho a falar?

Pessoal, esta é a nossa primeira postagem da série de textos que visam traduzir as ideias de artigos científicos atuais para uma linguagem simples e acessível! Esperamos que vocês gostem!!!

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Se fizermos uma enquete entre os pais de crianças com pequenas com autismo, 10 em cada 10 famílias dirão que a principal expectativa deles é que a sua criança aprenda a falar. Mas o que a família pode fazer para ajudar a criança neste aprendizado?

Os pais são as pessoas mais importantes da vida de toda criança. Quando se fala em uma criança com TEA, esta importância é redobrada. Os pais podem, e devem ser os maiores estimuladores do desenvolvimento da criança. Mas a forma como esta estimulação é realizada também é de suma importância. Podemos dividir os estilos parentais de estimulação em um continuum entre diretividade e responsividade.

Veja como isto se manifesta na prática:

Estilo Parental Diretivo Responsivo
Comportamento Realiza ações que influenciam a atenção da criança e podem interromper e redirecionar o fluxo da interação Realiza ações que acompanham a atenção da criança e mantém o fluxo da interação

Pense com qual dos dois estilos você mais se identifica? É claro que, como em tudo na vida, nenhum extremo é desejável. No entanto, já se sabe que para desenvolver a fala da criança com TEA é indispensável que a família consiga ser bastante responsiva. E a explicação teórica para isto é que o engajamento compartilhado em uma atividade permite o desenvolvimento da atenção compartilhada, que é pré-requisito para o desenvolvimento da linguagem!

Aí vão três dicas práticas sobre como ser responsivo com a sua criança:

1 – Quando a sua criança fizer qualquer vocalização, repita ou contextualize o que ela falou. Nunca deixe a vocalização dela sem resposta.

2 – Observe para onde a sua criança está olhando e comente sobre o foco de atenção dela.

3 – Descreva as ações/iniciativas legais da sua criança. Por exemplo: Que legal! Você pegou a bola!

Bom… dito isto, é hora de colocar em prática! Boa interação para vocês!

Referência: Patterson, S. Y., Elder, L., Gulsrud, A., & Kasari, C. (2014). The association between parental interaction style and children’s joint engagement in families with toddlers with autism. Autism,
18, 5, 511–518.