Uma dúvida comum dos pais e professores se refere ao uso/proibição da tecnologia para as crianças com autismo. E aí vai a resposta: sabendo equilibrar o uso e direcionar a objetivos, a tecnologia pode ser um forte instrumento de ensino de habilidades às crianças. No entanto, devemos ficar atentos para que as tecnologias sejam um meio para o desenvolvimento de habilidades, e não um fim em si mesmas. Computadores e tablets possuem um alto poder de atração, assim podemos aproveitá-los para aumentar a motivação das crianças a aprender.
Por exemplo, existem diversos jogos de computador que auxiliam na aquisição da linguagem oral e escrita, tais como o “Reader Rabbit”, “ABC Trace”, “ABC Autismo” (aplicativo brasileiro recomendado por nossos leitores)… Além disso, há jogos que trabalham a identificação de expressões faciais, como o “Let’s Face It”.
Para estimular a interação social, pode-se utilizar jogos que são em duplas e os jogadores precisam se ajudar para conseguir passar de fase, tal como o “Fireboy & Watergirl”. Essa, também, pode ser uma boa forma de trabalhar a cooperação e o trabalho de equipe, bem como o desenvolvimento da imitação e de troca de turno. Outro jogo bem famoso no Brasil, o “The Sims” (recomendado a adolescentes e adultos), pode ser uma ferramenta estimuladora ao conhecimento das relações sociais, uma vez que trabalha a simulação social, permitindo ao jovem criar personagens e observar como eles interagem entre si.
Mas, como esses instrumentos podem ser úteis no dia a dia? Temos algumas opções:
- Utilizar a tecnologia como reforço após a criança ter realizado uma tarefa, permitindo que ela veja vídeos musicais ou brinque com seu jogo preferido.
- É interessante que os adultos ajudem a criança a generalizar os conhecimentos que adquiriu com o uso do computador, ou seja, transpor os mesmos conceitos trabalhados nos jogos para atividades não tecnológicas.
- Mouse e teclado podem ser úteis para o desenvolvimento de coordenação motora. Alguns jogos exigem que a criança aperte duas teclas em sequência ou dê cliques ao mesmo tempo em que movimenta o mouse para que o objetivo seja cumprido.
- Nas escolas, o uso dos tablets pode ser um facilitador, tornando as atividades mais interessantes. Por exemplo, algumas crianças com TEA têm dificuldade em segurar o lápis e escrever, e podem ficar irritadas se sua escrita não sair bem feita. Desta forma, em alguns casos o tablet pode ser utilizado no primeiro momento, para que a criança escreva de forma mais fácil e aprenda as regras básicas de formação de palavras. O uso correto do lápis ficaria para um segundo momento, pois, já tendo aprendido as regras básicas, a atividade escrita se tornaria menos dispendiosa para a criança que está escrevendo.
Ficaram interessados em conhecer alguns aplicativos para tablet? Em uma postagem anterior do Blog, listamos 10 aplicativos relacionados ao ensino ABA! Confiram aqui:http://www.abaeautismo.com.br.br/2013/11/10-aplicativos-aba-para-pessoas-com.html